A POESIA ESPIRITUALISTA DE 1930
4035 palavras
17 páginas
A POESIA ESPIRITUALISTA DE 1930 Na década de 1930, no Rio de Janeiro, formou-se um grupo de artistas e intelectuais católicos de grande expressão. Participavam dele alguns críticos literários de renome e entre eles estavam os poetas Murilo Mendes e Jorge de Lima, Vinícius de Moraes e Cecília Meireles, e embora não fizessem parte diretamente desse grupo, acabaram sendo envolvidos pelo espiritualismo que ele difundia. Influenciados pelas ideias do filósofo católico Jacques Maritain e por toda uma série de escritores católicos europeus, o grupo carioca defendia uma renovação do catolicismo e a criação de uma arte cristã combativa. Naquele momento de crise econômica, de aparecimento do nazi-fascismo e de expansão do comunismo, os católicos julgavam que o cristianismo era a única ideologia capaz de trazer a justiça, a igualdade social e a paz entre os homens. Mas defendiam um cristianismo mais politizado e envolvido com os problemas do mundo. Um cristianismo que à vezes chegava a ter afinidade com as ideias socialistas.
MURILO MENDES: O FRANCO ATIRADOR DA POESIA
PRINCIPAIS OBRAS: História do Brasil (1932), Visionário (de inspiração surrealista trata de imagens insólitas e oníricas), Tempo e eternidade (1935 – concilia tradição religiosa ás contradições do eu, preocupação social fuga pela religião) Visto no Brasil como um escritor difícil, Murilo Mendes tem sido esquecido ao longo do tempo. Mais do que difícil sua obra é surpreendente, provocando estranhamento devido à fragmentação da linguagem, às imagens insólitas, à visão messiânica do mundo e simbologia própria que apresenta. Partindo de uma concepção de que o mundo é o próprio caos, o autor busca o tempo todo destruir para reconstruir, subverter a ordem das coisas instituídas para reorganizá-las segundo leis próprias. Considerado por alguns como o principal poeta surrealista no Brasil, Murilo Mendes