A persistência da Memória | A primavera
602 palavras
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A obra “A Persistência da Memória” foi assim nomeada devido ao fato de ser dificilmente esquecida. Segundo Dalí, as formas e cores de sua composição ficam gravadas na memória até mesmo de quem a observou apenas uma vez. Os relógios flácidos foram idealizados por Dalí após jantar uma porção de queijo camembert, caracterizados por possuir consistência cremosa. Porém, o propósito de Dalí não foi o de persuadir pessoas a comerem relógios; eles conotam dois significados distintos: primeiramente, a relatividade do tempo e espaço (ambos maleáveis), característica notada também na marcação das horas, distinta nos três relógios, e na mosca pousada em um deles, indicando que “o tempo voa”. E subliminarmente, o contraste entre macio e duro, indicando impotência e erotismo, respectivamente. Podemos ver então a influência da teoria freudiana nas obras de Dalí, como seus estudos sobre instintos, onde estes seriam canais através dos quais a energia pudesse fluir. Essa energia seria aproveitável para os instintos de vida. As formigas representam decadência, e o ato de atacar o relógio como se este fosse um produto orgânico é outro sinal da sexualidade inserida na obra, onde estas buscam saciar os instintos citados acima. Como em muitas obras, o rosto de Dalí está presente na pintura, sendo destacado no fundo preto. O azul do céu e a cor de areia das rochas contrastam com o resto da figura. As linhas não seguem padrões estéticos nem direções significativas, traço marcante no surrealismo.
A Primavera é uma obra de temática mitológica clássica que nos apresenta a alegoria da chegada dessa estação. Ao centro encontra-se Vênus, que media toda a cena. Na tradição clássica, Vênus e o Cupido surgem para avivar os campos, fustigados pelo inverno, iniciando a primavera ao semear flores, beleza e atração entre todos os seres. À direita da obra encontramos três figuras. O primeiro, um ser esverdeado, Zéfiro, personificação do vento oeste, abraça a bela ninfa