a origem
Cobb (Leonado DiCaprio) é um “extrator”, pessoa que utiliza ilegalmente uma tecnologia (não muito explicada) que permite a ele e sua equipe entrarem nos sonhos das pessoas, a fim de manipulá-los e extraírem informações confidenciais que serão vendidas a peso de ouro. Injustamente acusado nos EUA pela morte da esposa (Marion Cotillard) e desesperado para rever seus filhos, Cobb recebe a proposta de um último golpe, cuja recompensa será a retirada das acusações que pesam sobre ele: mas ao invés de extrair algo da mente de alguém, ele terá de fazer a inserção (a “inception” do título original) de uma idéia. Algo considerado impossível, exceto por Cobb – que sabe qual foi a verdadeira causa do suicídio de sua esposa, cuja presença é uma ameaça constante em seus sonhos e poderá inviabilizar a missão.
Nolan, tanto nos filmes da franquia BATMAN como no admirável O GRANDE TRUQUE (THE PRESTIGE), já demonstrara seu apego à temática da ilusão, da teatralidade, e aqui ele retoma o assunto – mas, no lugar das artes ninjas do Homem-Morcego ou do ilusionismo dos mágicos, temos o sonho como forma não apenas de manipulação, mas como o próprio palco da ação em uma trama que por vezes lembra MATRIX, por outras ONZE HOMENS E UM SEGREDO. Mas isto é apenas uma das cascas, ou camadas, do filme, e A ORIGEM é mais do que isso.
Escrito e dirigido por Nolan, A ORIGEM é sua obra mais pessoal até o momento, e talvez mesmo seu melhor filme, que expande as fronteiras de sua cumplicidade com a platéia. O diretor, como bom ilusionista que é, conta com essa cumplicidade, necessária para que o roteiro funcione. Selado o pacto, o espectador verá em A ORIGEM uma sólida