A origem e descartes/ huxley x platão

É visível uma relação entre o filme ‘A origem’ é os argumentos céticos de descartes, esse se dá principalmente no seu 2º argumento (argumento do sonho), que afirma que diversas vezes não sabemos distinguir ao certo se estamos sonhando ou acordados.
Além do mais vê-se também o 3º argumento cético em ação (que afirma a existência de um gênio maligno capaz de nos enganar), pois Cobb faz o papel de Deus enganador em sua missão de implantar uma falsa ideia na mente de Fischer.

Aldous Huxley em seu livro admirável mundo novo descreve uma distopia que tem como características principais ser uma sociedade de castas bem definidas(alfa, beta, gama ...), amoral onde o conceito de família e paixões não existem, já que ‘cada um pertence a todos’ (como os personagens dizem frequentemente) além de que os indivíduos são ‘pré-projetados’ para exercerem funções especificas dento da sociedade com o objetivo de assim se garantir a estabilidade social.
Na Republica de Platão vê-se também diversos desses aspectos, Platão afirma que cada individuo nasce para exercer uma função especifica e que cada um deve cuidar apenas dessa área não se intrometendo na de outrem, criando assim uma sociedade de castas (governantes, guardiões e artesãos).
Outro aspecto da Republica de Platão é que o conceito de família também é desprezado, já que ele cria uma entidade chamada de ‘comunidade das mulheres e filhos’ onde os guerreiros para não ficarem submetidos às paixões (também tão desprezadas na obra de Huxley) compartilhariam as mulheres e os filhos seriam comuns, assim garantindo que essa classe lutaria bravamente para defender a polis sem se apegar a fatores ‘irrelevantes’.
Assim se vê que a diversas similitudes entre as duas obras, porém a obra de Platão tem como objetivo descrever uma sociedade ideal, enquanto a de Huxley é uma critica ferrenha a esse modelo de