A operação Lava Jato, conduzida pela Polícia Federal (PF), teve início em março do ano passado, para apurar suposto esquema de corrupção na Petrobras, relativo a desvio e lavagem de dinheiro envolvendo diretores da estatal, grandes empreiteiras e políticos. O esquema pode ter desviado mais de R$ 10 bilhões. A operação recebeu este nome, pois um dos grupos envolvidos no esquema fazia uso de uma rede de lavanderias e postos de combustíveis para movimentar o dinheiro ilícito. Segundo a PF, a Petrobras contratava empreiteiras por licitações fraudadas. As empreiteiras combinariam entre si qual delas seria a vencedora da licitação e superfaturavam o valor da obra. Parte desse dinheiro "a mais" era desviado para pagar propinas a diretores da estatal, que, em troca, aprovariam os contratos superfaturados. O desvio é estimado em mais de R$ 10 bilhões pela PF. O repasse era feito pelas empreiteiras ao doleiro Alberto Youssef, que distribuiria o suborno. De acordo com a investigação, políticos dos partidos PMDB, PP e PT também se beneficiariam do esquema, recebendo de 1% a 3% do valor dos contratos. Os políticos negam o envolvimento. Diretores da Petrobras e empreiteiros foram presos. Paulo Roberto Costa: ex-diretor de Abastecimento da Petrobras (2004-2012). É suspeito de chefiar o esquema de desvio de dinheiro, superfaturando contratos e recebendo propinas. Fez acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF), que prevê a redução de pena em troca de informações sobre os crimes. Foi o principal delator do esquema. Nestor Cerveró: ex-diretor da área Internacional da Petrobras (2003-2008) e diretor financeiro da BR Distribuidora (2008-2014). O ex-diretor é acusado de receber US$ 40 milhões em propina para favorecer a contratação da empresa Samsung Heavy Industries para fornecimento de navios-sonda. Alberto Youssef: era o doleiro responsável pela "lavagem do dinheiro". Recebia o dinheiro das empreiteiras e ajudava a fazer a distribuição das propinas.
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