I. Apresentação Em física, o atrito é o componente horizontal da força de contato que atua sempre que dois corpos entram em choque e há tendência ao movimento. É gerada pela aspericidade dos corpos. A força de atrito é sempre paralela às superfícies em interação e contrária ao movimento relativo entre eles. Apesar de sempre paralelo às superfícies em interação, o atrito entre estas superfícies depende da força normal, a componente vertical da força de contato; quanto maior for a Força Normal maior será o atrito. Passar um dedo pelo tampo de uma mesa pode ser usado como exemplo prático: ao pressionar-se com força o dedo sobre o tampo, o atrito aumenta e é mais difícil manter o dedo se movendo pela superfície. Entretanto, ao contrário do que se poderia imaginar, mantidas as demais variáveis constantes, a força de atrito não depende da área de contato entre as superfícies, apenas da natureza destas superfícies e da força normal que tende a fazer uma superfície "penetrar" na outra. A energia dissipada pelo atrito é, geralmente, convertida em energia térmica e/ou quebra de ligações entre moléculas, como ocorre ao lixar alguma superfície. Uma pintura rupestre, descoberta em uma gruta de El Bershesh (Egito), datada de 1880 a.C., mostra centenas de escravos tentando locomover, por intermédio de cordas, um colosso com a ajuda de grandes elefantes. Curiosamente, percebe-se, não muito nitidamente, a existência do que se supõe serem jarras, presas com amarras aos lombos dos animais; um líquido, escorrendo das supostas jarras, espalha-se pelas pedras do chão lubrificando o percurso a ser percorrido pela descomunal estátua de madeira. Este é um indício da preocupação do homem, desde a Antiguidade, com um dos fenômenos físicos mais comuns e mais complexos estudados pela Ciência, o atrito. Define-se a força de atrito como uma força de oposição à tendência do escorregamento. Tal força é gerada devido a irregularidades entre as duas