A máquina de fazer espanhóis
Valter Hugo Mãe
A Máquina de fazer Espanhóis (2010) é um romance contemporâneo do escritor angolano Valter Hugo Mãe. Em ele põe de manifesto o retrato da sociedade, dos costumes e do tempo no que vive Portugal depois da ditadura de Salazar. Ao longo da narrativa, vemos como trata o tema da velhice, do amor, da amizade, da soledade, da metafísica, da religião e do futebol, e tudo através de personagens e situações quotidianas na nossa vida. Para tudo o mençoado, o autor emprega uma linguagem simples onde destaca que na obra só usa apenas minúsculas o que da uma sensação de familiaridade com as personagens e faz a leitura do relato mais tolerável.
Por outra parte, o autor com o título faz referência a uma expressão de uma personagem antifascista, o Silva da Europa, onde mostra o descontento da sociedade portuguesa com a ditadura e faz uma crítica ao caráter dos espanhóis - «e sabem que mais, portugal ainda é uma máquina de fazer espanhóis. é verdade, quem de nós, ao menos uma vez na vida, não lamentou já o facto de sermos independentes. quem, mais do que isso até, não desejou que a espanha nos reconquistasse, desta vez para sempre e para salários melhores. deixem-se de tretas, meus amigos, que o patriotismo só vos fica mal, bem iam assentar-vos uns nomes à maneira, como pepe e pablo, diego e santiago, assim a virar para o lado de lá da fronteira, onde se come mais à boca grande e onde sempre houve mais ritmo no sangue. aqui, enquanto houver um salazar em cada família, estamos entregues ao inimigo».
Mesmo assim, o autor com tudo isto acha, que os portugueses se parecem cada vez mais aos espanhóis, que para ele representam uma sociedade que não se mexe e não faz nada contra a situação de repressão que estavam a viver naquela época da ditadura.
No entanto, resolvi escolher a personagem principal para fazer este trabalho dado que, achei em ele a personagem mais completa e a que melhor reflexa, o dito
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