A MULATA
A criação do símbolo mulata deriva do tempo em que o Brasil ainda era colônia, tal imagem carrega forte significado ate os dias de hoje, de forma a moldar o estereótipo das brasileiras.
Foi misturando-se gostosamente com mulheres de cor logo ao primeiro contato e multiplicando-se em filhos mestiços que uns milhares apenas de machos atrevidos conseguiram firmar-se na posse de terras vastíssimas e competir com povos grandes e numerosos na extensão de domínio colonial e na eficácia de ação colonizadora. A miscibilidade, mais que a mobilidade, foi o processo pelo qual os portugueses compensaram-se da deficiência em massa ou volume humano para a colonização em larga escala. (FREYRE 1933, p.9) (apud Natasha Pravaz p.446)
Foi com a chegada dos portugueses no Brasil e sua efetiva colonização que se tornou efetivo o comercio sexual entre senhores brancos e escravas negras, cujos corpos não lhes pertencia. De tal relação nasceram as mulatas, termo que se designa da palavra “mulo”, referente ao animal resultante do cruzamento entre tipos genéticos distintos, e assim, incapaz de reproduzir-se.
A elas foi dada a condição de objeto sexual, protegendo a honra das mulheres brancas, presas a uma domesticidade puritana, cuja sexualidade era severamente controlada pela elite. Assim foi concebido o estereótipo de mulher branca para casar, negra para trabalhar e a mulata para o sexo, já que esta são sempre as que tentam homem puros sob condições normais.
Muitos levavam a mesma vida turca e debochada dos senhores de engenho, sob a provocação de mulatinhas e negras da casa se arredondando em moças, de mulecas criando peitos de mulher; e tudo fácil, ao alcance da mão . (FREYRE 1933, p.441-2) (apud Natasha Pravaz p.446)
Assim, a disponibilidade dessa nova raça para apropriação e abuso sexual, pela sua condição de escrava, foi justificada através da produção de estereótipos de sua natureza altamente erótica e sedutora.
A mulata é caracterizada por suas curvas, com seios