A MORTE COMO FORMA DE LIBERTAÇÃO: uma análise do conto A Lamb to slaughter
5960 palavras
24 páginas
A MORTE COMO FORMA DE LIBERTAÇÃO: uma análise do conto A Lamb to slaughterPatricia de Lara Ramos- PG/UNIOESTE1
José Carlos Aissa- UNIOESTE2
RESUMO: O estudo em questão trata de uma análise literária do conto A lamb to slaughter do escritor Roald Dahl que tem como propósito apresentar de que maneira a morte pode ser não apenas um sinônimo de fim, de rompimento, de melancolia, mas também de libertação, a libertação do outro, daquele que permanece vivo. Justifica-se, portanto, esta análise, porque a morte é sempre vista pelos indivíduos como uma situação horrenda: o fim de um ciclo, de uma história, o fim de tudo. Realmente, ela não deixa de ser a representação da finitude humana; contudo, ela pode representar, também, o início da vida daqueles que permanecem, como é o caso da Senhora Maloney, no conto aqui estudado.
Metodologicamente, o trabalho será desenvolvido a partir de revisão bibliográfica de cunho interpretativo, com base nos pressupostos teóricos de Ariès (2003), Morin (1970) e Blanchot (2011).
Os resultados apontam para alteração do olhar dos seres humanos para a morte, isto é, revelando-os que ela pode ser o fim e o início da vida simultaneamente.
PALAVRAS-CHAVE: Morte; libertação; vida.
INTRODUÇÃO
O esforço do homem e, principalmente, dos escritores de usar a linguagem para deslindar a morte se deve à incerteza sobre o destino de cada um, a imortalidade é recorrente nas obras literárias e no cotidiano do ser humano, o homem acredita que se vai à algum lugar após morrer. Nesse sentido,
Morin pondera que o homem enxerga a morte como uma espécie de vida que prolonga a vida individual (imortalidade), e essa ideia pressupõe “não a ignorância da morte, mas, pelo contrário, o reconhecimento de sua chegada” (MORIN, 1970, p. 26). Portanto, existe uma consciência realista da morte, embora ela não tenha um ser porque ninguém a conhece, ela é real, fazendo com que, ao mesmo tempo em que o homem acredite numa imortalidade, ele se autodenomine