A moreninha
(Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) ) Biografia do autor Macedo inaugurou o chamado romance urbano, aquele que tem como cenário a cidade grande. Nasceu em ltaboraí (RJ). Diplomou-se em medicina, mas nunca exerceu a profissão. Foi professor do Colégio Pedro II, a instituição de ensino mais conceituada daquele estado na época. Exerceu duas vezes o cargo de deputado, foi também poeta, jornalista, historiógrafo, além de professor e escritor de livros didáticos. Macedo escreveu muito ao longo de 36 anos de carreira: 18 romances, 16 peças de teatro, um livro de contos, entre outras obras. Consta que o editor lhe pagava 200 mil reis por romance acabado, o que era pouco, mesmo para quem não vivia só das letras. De sua vasta produção, os dois romances mais conhecidos - A Moreninha e O Moço Loiro - registram os costumes da sociedade carioca do tempo, com personagens extraídas da faixa social a que pertencia o romancista e sobre a qual escrevia: a burguesia. Assim, desfilam em seus romances o estudante conquistador, a moça apaixonada e namoradeira, o galã irresistível, a. criada intrometida, as solteironas nos seus namoros... Macedo atendia à expectativa do leitor burguês, encantado com histórias de amor que ocorriam nos cenários que lhe eram conhecidos e onde se via retratado como protagonista. José de Alencar, nosso mais importante prosador romântico, considerava Macedo "um mestre". Nessa época iniciou-se, entre os escritores, uma convivência que contribui para a formação de uma literatura nacional. O público consumidor da obra de Macedo era predominantemente o público feminino. Um costume muito comum daquele tempo era a leitura feita em voz alta, para várias pessoas, em torno da mesa da sala de jantar. O estilo de Macedo harmonizava com esse costume: sua narrativa fácil, com alguns toques de humor, sem análises profundas, sem resvalar para situações trágicas, possibilitava uma leitura desembaraçada, ágil. Esses