A moeda que estabilizou a economia brasileira
A partir de julho de 1994, o Plano Real reduziu a inflação para uma média mensal de 0,8%, a partir de julho de 1994. No entanto, hoje, o real vive seu pior momento, segundo especialistas, diante de uma inflação 'represada'
Há 20 anos, no primeiro semestre de 1994, um novo plano econômico derrotou a inflação. O Plano Real começou em fevereiro daquele ano com a criação da Unidade Real de Valor (URV) e, quatro meses depois, em 1º de julho, implantou uma nova moeda, o Real. Em 1990 o aumento de preços batera recorde, atingindo 82% em março. Em junho de 1994, a inflação foi de 47% ao mês. A partir de julho de 1994, o Plano Real reduziu a inflação para uma média mensal de 0,8%. Em 2001, a média foi de apenas 0,6% ao mês.
"O Plano Real foi o mais bem sucedido programa de estabilização econômica da nossa história", avalia o delegado do Conselho Regional de Economia (Corecon), Sidney Oliveira, também professor da Universidade de Sorocaba (Uniso). Até então o Brasil vinha de uma sucessão de planos que não tinham dado certo: Cruzado, Bresser, Verão, Collor I e Collor II.
Com efeito, o Plano Real mudou a história do País e transformou a vida dos brasileiros com melhorias que duram até hoje. O salário mínimo é o mais alto dos últimos 40 anos. A estabilidade da economia trouxe maior bem-estar para as famílias. Diminuiu a pobreza. O Censo 2000 apurou queda da mortalidade infantil. A população passou a comer e morar melhor.
Sindicatos e empresas
As relações trabalhistas contabilizaram avanços. "Olha o salto que nós demos", diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, Ademilson Terto da Silva. Desde 2002, todos os acordos de campanha salarial incluem a cláusula do aumento real, além da reposição da inflação. As pautas de reivindicações discutem ampliação dos benefícios como a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), equiparações salariais e reestruturação de cargos e salários.
Terto diz