A MO A QUE VIROU PORCA PORQUE CASOU DE TOPLESS Atualizado

A MOÇA QUE VIROU PORCA PORQUE CASOU DE TOPLESS
Um Cordel para teatro de Fernando Limoeiro 09/04/2014
Terceira versão
São Justicapo 08/05/2014
1
Meu nome é São Justicapo
Sou de madeira Amburana
Vivo na igreja Matriz
E pecador não me engana
Vou contar uma história
Que denigre a alma humana
Abalou Xorropotó
Cidade linda e bacana

2
Sou santo de devoção
Com festa, missa e novena
Gosto de fazer justiça
Dos devotos tenho pena
E foi só para alertar
Que esse cordel pus em cena
Pois onde menos se espera
Surge uma cobra e envenena

2B
Eu não posso me calar
Nem pecar por omissão
Pois um santo de verdade
Tem que ter opinião
São Francisco rebelou-se
Ficou nu frente ao povão
Santo mesmo dá exemplo
De justiça e retidão

3
Xorrropotó é uma cidade
Do agreste ensolarado
Cortada ao meio por águas
De um rio muito salgado
Um povo muito católico
Festeiro, porem zangado
E viam em seu vigário
Um sujeito abençoado

4
Corre uma lenda assustando
Todo o povo do Nordeste
De um padre moço que tinha
Uma grande Cobra da peste
Que atacava as pessoas
Pelas Igrejas do Agreste
Ela escapava dos tiros
Parecia um faroeste

5
De cima do meu altar
Um fato presenciei
E que mesmo sendo santo
Confesso, me horrorizei
Nem Judas faria isso
O Diabo não faz ou fez
As dores de uma menina
Num crime de sordidez

6
Siriléia era uma criança
Tinha voz de patativa
Era bonita e rebelde
Inteligente e altiva
Também excelente aluna
Perspicaz e criativa
Mas era muito arredia
E quase sempre agressiva

Zefa Parteira
7
Me chamo Zefa Parteira
Não me canso de dizer:
- Essas meninas daqui
Viram “muié” sem saber
Peito cresce, perna engrossa
Antes de aprender a ler
Os “home” ficam “doidim “
Vendo as peste remexer

8
Sou Avó de Siriléia
Rezadeira de talento
Quem nasce nas minhas mãos
Faço logo um juramento:
De encaminhar essa alma
Para os santos sacramentos
Pois quem não é batizado
É pior que um jumento

9
Mesmo tendo doze anos