A mitologia do preconceito lingüístico
Infelizmente, porém, essa tendência não tem atingido um tipo de preconceito muito comum na sociedade brasileira: o preconceito lingüístico. Muito pelo contrário, o que vemos é esse preconceito ser alimentado diariamente em programas de televisão e de rádio, em colunas de jornal e revista, em livros e manuais que pretendem ensinar o que é “certo” e o que é “errado”, sem falar, é claro, nos instrumentos tradicionais de ensino da língua: a gramática normativa e os livros didáticos.
O preconceito lingüístico fica bastante claro numa série de afirmações que já fazem parte da imagem (negativa) que o brasileiro tem de si mesmo e da língua falada por aqui. Outras afirmações são até bem-intencionadas, mas mesmo assim compõem uma espécie de “preconceito positivo”, que também se afasta da realidade. Vamos examinar algumas dessas afirmações falaciosas e ver em que medida elas são, na verdade, mitos e fantasias que qualquer análise mais rigorosa não demora a derrubar. Estou convidando você, a partir de agora, a fazer junto comigo um pequeno passeio pela mitologia do preconceito lingüístico.
Quando o passeio acabar, isto é, quando tivermos terminado de examinar os principais mitos, vamos tentar refletir juntos para encontrar os meios mais adequados de combater esse preconceito no nosso dia-a-dia, na nossa atividade pedagógica de professores em geral e, particularmente, de professores de língua