Fichamento do Capítulo I - “A mitologia do preconceito linguístico” (páginas 23 a 92), do livro de Marcos Bagno.
A expressão “mitologia do preconceito linguístico” foi utilizada pelo autor para fazer referência a um tipo de preconceito, pouco debatido: o linguístico, que é divulgado pelos meios de comunicação e até mesmo pelos materiais didáticos.
Página 26: Mito n° 1: “O português do Brasil apresenta uma unidade surpreendente”
Para o autor, o mito 1 é o mais sério, pois as diferenças linguísticas são ignoradas até mesmo pelos intelectuais, e exclui pessoas que não fale a “unidade” padrão.
Página 36: Mito n° 2: “Brasileiro não sabe português /Só em Portugal se fala bem português”
O mito de que o brasileiro não sabe português e ainda “corrompe” a língua portuguesa, demonstra o complexo de inferioridade do Brasil, enquanto colonizado por um país "civilizado". Na verdade, o brasileiro sabe português, porém, só não entende que mesmo em Portugal existem as diferenças e variedades linguísticas.
Página 51: Mito n° 3: “Português é muito difícil”
O autor deixa claro que português não é difícil, já que “ falante nativo” aprende a falar português e uma criança entre 5 e 6 anos de idade já tem domínio das regras gramaticais. No entanto, a dificuldade está no estudo da gramática, que é baseada na de Portugal, que é diferente da nossa língua falada.
Página 56: Mito n° 4: “As pessoas sem instrução falam tudo errado”
O mito diz que somente a gramática ensinada na escola é a correta e que qualquer fala diferente é considerada errada, como por exemplo, as pessoas que trocam as consoantes “l” e “r”, e pronunciam “Cráudia”, “praça” e “pranta” tem algum “atraso mental” ou “defeito”. Na realidade, o preconceito é social e não está no que se fala, mas em quem fala.
Página 62: Mito n° 5: “O lugar onde melhor se fala português no Brasil é o Maranhão”
Este é mais um mito em razão de no Maranhão as pessoas usarem o "tu" com os verbos: tu vais, tu queres, tu dizes, etc, também por influência de