A missão
Se avaliarmos que a obra de arte também é necessariamente um processo de construção, vemos por exemplo a coerência da articulação dos elementos de linguagem nos filmes de Kieslowski. O grande viés e risco da postura defensiva de um cinema contemporâneo formalista são o maneirismo caótico e ingênuo do cineasta que quer apenas impressionar o espectador com sua destreza física. Os esguios movimentos de câmera, a oscilação da imagem e a diferenciação do registro e da composição do quadro tornam-se um desejo incontido de exibir-se, de gratuitamente aplicar os mais diferentes tipos de composição e uso da linguagem numa fragmentação quase esquizofrênica. É no fundo uma postura defensiva, tentando mostrar uma suposta liberdade na atomização