A Migração do conhecimento: A visão de Gaspar Barleu sobre a fase holandesa no Brasil e as obras de Piso e Margrave

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A Migração do conhecimento: A visão de Gaspar Barleu sobre a fase holandesa no Brasil e as obras de Piso e Margrave

Reinaldo Sudatti Neto * Resumo
Esta pesquisa relaciona-se ao período em que Maurício de Nassau esteve à frente da administração do nordeste do Brasil, em nome da Companhia da Índias Ocidentais (1637 – 1644), abordando-o através do texto publicado por Gaspar Barléus, em 1647, intitulado História dos feitos recentemente praticados durante os oito anos no Brasil. Como é bem conhecido, a obra foi encomendada a Barleu por Nassau, logo que este retornou à Holanda, em 1644. O principal motivo do Príncipe foi deixar registrados seus feitos de administrador, durante a estada no Novo Mundo. Para a composição da obra, Barleu teve a sua disposição, os registros feitos ao longo da estada de Nassau no Brasil, além de outros materiais, fundamentais para o autor, pois este nunca esteve no Brasil.
Nossa busca nos levou à História Natural do Brasil, publicada, em 1648, com a assinatura de Guilherme Piso e de Jorge Margrave, estudiosos da comitiva de Nassau que, relataram suas impressões sobre o Brasil daquela fase. Esta obra, foi revista e publicada, dez anos mais tarde, por Piso com o título História natural e Médica da Índia Ocidental.
Com as obras selecionadas, foi realizada a análise da obra de Barleu, que se constituía no nosso principal objetivo, buscando similaridades, assim como suas diferenças, entre esta primeira e as de Piso e Margrave. Buscamos reconhecer qual teria sido o papel da obra desses dois autores na elaboração do relato de Barleu sobre os feitos de Nassau, no Brasil, selecionando alguns tópicos.
Foram encontradas muitas semelhanças entre os relatos de Barleu e os de Piso e Margrave a respeito do modo de se cultivar a cana, para a

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