a menina que roubava livros
Somos apresentados à Liesel pela Morte, que narra o longa - narrativa essa que aparece somente quando conveniente, se ausentando durante grandes porções do filme. É logo que entendemos a árdua jornada da garota: sua mãe, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto, deixando a jovem ainda mais sozinha e desamparada.
Sua saga como ladra de livros inicia-se no breve enterro de seu irmão. O coveiro deixa cair um livro, que é logo surrupiado por Liesel. Curiosamente, são poucos os livros que ela realmente rouba dali em diante. O foco principal da trama passa a ser os relacionamentos da garota, como ela muda as vidas ao seu redor e vice-versa.
Rudy (Nico Liersch), seu melhor amigo, apoia Liesel na escola e em casa. Sua personalidade mais aberta e expansiva ajuda a menina a não ser tão fechada. Ao conhecê-lo, ela passa a compartilhar mais sobre si mesma e entende o valor de uma verdadeira amizade. Hans (Geoffrey Rush), seu pai adotivo, é o primeiro par de braços a acolhê-la após ser deixada pela mãe biológica; já sua esposa Rosa (Emily Watson), forte e dura, passa disciplina e respeito.
Também são presentes na vida da menina Max (Ben Schnetzer), um judeu fugitivo que encontra refúgio no porão de Hans e Rosa; e Ilsa (Barbara Auer), a esposa do prefeito. Ambos, assim como Hans, incentivam a leitura da garota - mas não têm impacto tão profundo quanto os três primeiros. O desenvolvimento de personagens, principalmente de Max e Ilsa, é superficial e deixa a desejar, causando um grande desfalque na trama do