A mais-valia no socialismo soviético
Muito se tem falado no capitalismo de Estado. Tal ideia é muitas vezes confundida com o comunismo de Estado, termo este que, para fins acadêmicos, é insuficiente, além de controverso. Essa controvérsia reside no fato de que o comunismo tem por elemento inerente e fundamental a extinção do Estado. É comum, porém, a utilização do termo "socialismo de Estado", cujo uso também não é recomendado, já que chega a ser redundante afirmar a estatização do socialismo. Temos, agora, portanto, a missão de distinguir a redundância do Estado que não se apresenta no capitalismo, mas que é evidente no socialismo. Por qual razão o termo capitalismo de Estado é academicamente aceitável, ao passo que o termo socialismo de Estado não o é? Ironicamente, o uso do termo comunismo de Estado, por si só, é paradoxal, ou seja, não pode ser conceituado, uma vez que não se concretiza o comunismo em, com ou por meio de um Estado, mas sim através de seu fim, de sua extinção. O termo socialismo de Estado, por outro lado, pode ser conceituado como um Estado socialista, a exemplo da Alemanha Oriental, Hungria de Kàdar, Bulgária de Dmitrov, Nicarágua sandinista, Tchecoslováquia, Cuba, Laos, Camboja, Vietnã, entre outros. Seu uso, entretanto, é redundante, já que o socialismo sempre emerge junto a um Estado, que lhe é necessário. Nesse exemplo, não foram dados nomes tradicionais do socialismo, como a União Soviética, China e França, justamente porque esses países, no plano econômico, desempenharam um papel que diverge daquele desempenhado pelas nações citadas, e esse papel é facilmente evidenciado pelo poderio econômico que detinham esses países, verdadeiras potências mundiais. Dentro deste panorama econômico, contudo, havemos de nos focar em um ponto específico, que é a matriz de nossa discussão: a exploração do trabalhador e a sua contribuição para a manutenção e desenvolvimento desse poder econômico, baseado não na socialização da economia, mas na