Discursão sobre a legalização da maconha O mais novo pavio da discussão em torno da legalização da maconha foi aceso em dezembro de 2013, quando o Uruguai aprovou um projeto de lei para regulamentar a produção e a venda da cannabis, tornando-se o primeiro país a legalizar toda a cadeia de produção da droga. Em novembro de 2012, os estados norte-americanos de Washington e Colorado já tinham legalizado a venda sob licença, a posse e uso por maiores de 21 anos. No Brasil, projetos que liberam o cultivo e a comercialização estão em tramitação na Câmara dos Deputados, como o PL 7187/14, do deputado Eurico Júnior (PV-RJ), e o PL 7270/14, do deputado Jean Willys (PSOL-RJ). Ambos têm como objetivo reduzir a violência gerada pelo tráfico. Em tempo, há uma grande diferença entre legalizar e descriminalizar. O primeiro termo refere-se a tirar qualquer tipo de sanção em relação a uma droga: ela pode ser produzida, vendida, consumida etc. sem que ninguém seja punido por isso. É o que acontece com o álcool, uma droga legalizada no Brasil. A descriminalização significa não penalizar o consumo, tirando o usuário ou o drogado da esfera da justiça e da polícia. No Brasil, é proibido por lei consumir maconha. A descriminalização mudaria isso. O debate sobre a legalização da maconha voltou à cena em março deste ano, quando o programa Fantástico, da Rede Globo, apresentou reportagem sobre pais de crianças com epilepsia que se arriscavam, importando ilegalmente dos Estados Unidos o canabidiol, componente da maconha, e que lutavam na Justiça pelo direito de usar remédios derivados da erva. Em um dos casos, o juiz Bruno César Bandeira Apolinário, da 3ª Vara Federal do Distrito Federal, garantiu a Anny Fischer, de cinco anos, o direito de importar e usar o medicamento. Segundo o pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), de Ribeirão Preto, José Alexandre Crippa, que conseguiu autorização para estudar o canabidiol no Brasil, os resultados obtidos no tratamento da