A Lógica Medieval
É sabido pela história que na Idade Média, estamos aproximadamente falando dos séculos I – XIV n.e, o pensamento vive da Autoridade e Tradição Consagradas e a Consciência é relegada ao último plano. Quando pouco se tenta resgatá-la ( Consciência ), esta é vista na maior das vezes como área propedêutica à reflexão teológica.
Estamos, evidentemente, em um período em que o domínio do Mistério suprassume os destinos e os desígnios das nações. Condição necessária será subjugar tudo sob a óptica da Tradição. A própria Lógica, objecto de nossa investigação, não escapará ao dilema existencial atinente a obediência aos Cânones predominantes da época. Era de facto, uma Lógica muito empobrecida e reduzida àquilo que os medievais denominaram a « Lógica Velha », ou seja, às Categorias e a Interpretação de Aristóteles, à Isagoge de Porfírio.
Esta penumbra enferma e envolve de modo significativo o saber lógico. O nosso desafio e a nossa tarefa nesta empreitada, é percebermos à medida do possível, os constrangimentos, as conquistas e as lutas que a Lógica enquanto Ciência conseguiu impor-se e demonstrar as incoerências impostas pelos seus adversários, neste caso, tratamos do saber tradicional que se impunha como o Imperativo Categórico.
A Lógica, diz C. Lahr, “ É a ciência das leis ideais do pensamento e a arte de as aplicar correctamente para buscar e demonstrar a verdade”. Manual de Filosofia. C. Lahr. Porto. 1969, pp.311.
“A lógica considera a forma que deve ter qualquer tipo de discurso que pretenda demonstrar algo e, em geral, queira ser probatório. A lógica mostra como procede o pensamento quando pensa, qual é a estrutura do raciocínio, quais os seus elementos, como é possível fornecer demonstrações, que tipos e modos existem, como e quando são possíveis”. História da Filosofia Antiga. Reale, Giovanni. Vol. II. Ed. Loyola. Brasil. 1994. pp 451 – 452.
Também importa referir que a Idade Média é caracterizada basicamente pelo trinómio: