A Ltima Barreira 149 Transformando Suor Em Ouro
ARISTÓTELES
Sou uma pessoa inquieta, sempre preocupada, que passa a maior parte do tempo buscando mentalmente soluções para este ou aquele problema. Sou assim até em dias de vitória: enquanto os jogadores vão comemorar, tranco-me no hotel para estudar nossa atuação e decidir o que devemos fazer contra o próximo adversário.
Belo Horizonte e Santo Domingo à parte vinham de uma sucessão de vitórias, incluindo os títulos do Campeonato Mundial e da Copa do Mundo, até então inéditos. Diante do favoritismo que eventualmente nos conferem antes de uma competição, prefiro agir como se fôssemos os ”segundos favoritos”, mesmo quando os primeiros somos nós mesmos.
Desse modo, livres da condição de líderes, há sempre um adversário acima ou à frente para tentarmos ultrapassar.
A idéia é imaginar exercícios de superação e nunca parar de se questionar: e agora? O que fazer para continuar crescendo?
A ÚNICA FORMA DE SE MANTER À FRENTE
EM QUALQUER ÁREA É DEDICAR-SE AO PROCESSO
DE PREPARAÇÃO COM PELO MENOS O MESMO
ENTUSIASMO DO SECUNDO COLOCADO.
Eu não dormia direito pensando nisso. Bem antes de mim, John R. Wooden teve consciência de tais perigos. Dizia o famoso treinador americano que desejava uma única vitória a seus amigos treinadores, para que pudessem sentir o prazer do sucesso.
Muitas, pelo contrário, podiam levar o vencedor a iludir-se, a perder a essência das coisas e, acrescento eu, a cair numa armadilha.
A menos de um mês da estréia em Atenas, ainda no Centro de Treinamento em Saquarema, no Rio de Janeiro, assistimos a um vídeo trazido pelo repórter e amigo João Pedro Paes Leme, que acabara de cobrir o trial de atletismo americano em Sacramento, capital da Califórnia. As provas de qualificação realizadas pelo atletismo e pela natação dos Estados Unidos para os Jogos Olímpicos têm sempre um alto nível técnico, Pois foi exatamente essa