A Literatura Portuguesa - Massaud Moisés
MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa. São Paulo: Cultrix, 2006. Capítulo Simbolismo. p.
207-233.
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SÍNTESE DA IDEIA DO AUTOR OU
REPRODUÇÃO DE TRECHOS
“(...) as últimas caracterizações do
Realismo, a partir de 1890, coincidem, inclusive nalguns aspectos intrínsecos de visão da Literatura, com os postulados da geração que inaugurava o movimento simbolista. A dificuldade em ver nitidamente as linhas mestras do fim do século passado reside, sobretudo, na simbiose, meio fortuita e meio à revelia, que existiu entre realistas e simbolistas.”
“As origens próximas do Simbolismo se encontram na França, onde remonta a
Baudelaire o início dum processo de modernização da poesia. Suas Flores do Mal (1857) e a teoria das
'correspondências', nascidas de um de seus sonetos, inaugurara verdadeira revolução poética, de que saiu o
Simbolismo, como também o
Decadentismo, o Surrealismo e outros
'ismos' modernos. Já no terceiro número do Parnase Contemporain
(1876) se nota o aparecimento de tendências reveladoras duma crise no ideário parnasiano e o despontar duma poesia nova que ressuscitava o culto do vago em substituição ao culto da forma e do descritivo. A partir de 1882, começa a usar-se o epíteto decadente para indicar esse gênero novo de
COMENTÁRIOS, ANÁLISES,
CONSIDERAÇÕES
O nascimento do Simbolismo está relacionado a uma crise social, política, existencial e cultural ocorrida no fim do século XIX proporcionada pelo advento da Revolução Industrial.
Naturalmente, o clima de insatisfação que assolava Portugal era visível na atividade literária, e, consequentemente, na mudança das percepções e dos temas tratados, como no caso da Geração Realista em fins de 1880, que passou a desprezar a objetividade e a abrandar a fúria panfletária dirigida ao Romantismo, adotando valores éticos e estéticos repudiados até então.
Os últimos momentos do Realismo em
Portugal são caracterizados