2 Atividade Literatura Portuguesa
PUC Campinas – 3º Período Letras
Literatura Portuguesa A
Professora: Câssia dos Santos
2ª Atividade Escrita
Análise entre:
MASSAUD, Moisés. A Literatura Portuguesa. São Paulo. Editora Cultrix, 37ª edição, 2010.
VICENTE, Gil. Quem tem farelos?. 1505.
Ao observar a obra de Gil Vicente com o apoio dos conceitos literários de análise de Massaud Moisés é possível constatar uma forte critica social, inserida pelo autor da peça, a respeito de seus personagens e ambientes. Como objeto analítico de construções literárias, ainda mais do gênero comédia, como se trata a peça vicentina, as caracterizações são demasiadas exageradas para dar mais ênfase no proposito do autor, seja ele implícito para quem analisa a obra ou para quem somente a lê/leu com objetivo de entretenimento, hoje ou na época em que foi publicada. Ênfase que retrata de fato os valores e costumes da época de 1500 na Europa, possivelmente ambientada em Portugal.
Na primeira parte da peça, é possível identificar os primeiros personagens (o escudeiro e seus criados) e a relação árdua que existe entre eles, o escudeiro é um fidalgo falido e muito orgulhoso e em contraste a correlação entre seus criados que mendigam farelos (dai o título da peça) por passar dificuldades com o seu patrão, o escudeiro. Tais criados fazem reclamações e ofensas entre eles sobre o tratamento e as dificuldades do dia-a-dia que passam com o escudeiro. Nessa parte introdutória e bastante explicativa possibilita visualizar o tema da peça, o descontentamento dos criados (empregados) e da posição socioeconômica falida e de certo modo fictícia para ele mesmo, a do escudeiro (patrão).
Na segunda parte da peça temos a presença do objeto de desejo/de amor do escudeiro, a jovem Isabel que é cortejada às cantigas de amor, fortes poesias diretamente destinadas a ela, porém sua mãe discorda e não aceita a relação entre os dois paqueradores. Uma vez que Isabel é uma moça pobre e muito jovem e o escudeiro é um homem da