A linguagem como instrumento cognitivo no trabalho dos operadores de processo contínuo de produção
Foi realizada uma pesquisa de dois anos envolvendo vários operários de diferentes tipos de indústrias. E foram analisadas também, muitas situações-problema dentro dos processos de produção destas indústrias, a fim de analisar a linguagem dos trabalhadores envolvidos. A linguagem no processo de produção das fábricas é de bastante interesse para o engenheiro de produção, juntamente com o conjunto de todos os outros elementos do sistema, para obter a qualidade e eficiência do processo.
Ela permite um intercâmbio na comunicação dos trabalhadores envolvidos, é essencial para a produção estar sempre nos parâmetros adequados, é resultante do contato diário com as máquinas que apenas os operários de tal processo contínuo pode ter. Ou seja, os trabalhadores do “chão de fábrica” tem percepções diferentes do que a de outros atores que situam-se em outro domínio da indústria, como supervisores, gestores, engenheiros e etc.
A hipótese nos afirma que este compartilhamento da linguagem, esta troca de experiência, permite ao coletivo controlar a produção com eficiência. Essa linguagem reflete uma percepção que apenas os envolvidos diretamente no processo conseguem identificar. Comprova-se esta análise através das declarações dos operadores e pelas situações do controle do processo. Por exemplo, os operadores conseguem qualificar o processo. Analisar se está correto, sob controle, se apresenta alguma anormalidade. É interessante destacar que os atores que não estão diretamente envolvidos não conseguiriam analisar e qualificar as características da produção.
As percepções do engenheiro e do operador são diferentes porque tiveram formações, experiências, aprendizagens e histórias profissionais distintas. O operador não teve aprendizagem teórica, adquiriu seu conhecimento na prática. Operando máquinas e lidando com as matérias-primas. Essa aprendizagem permitiu-o obter um maior