A internet na África
Leninne Freitas
Em Internet: A Nova Segregação Digital Eduardo Namburete reflete sobre as questões tecnológicas, especificamente a Internet, como sendo a maior invenção da humanidade na área da informação e da comunicação desde a imprensa de Gutenberg. Em seu artigo, o autor ressalta que “esta nova tecnologia veio marcar as novas fronteiras mundiais entre os que têm acesso e os que não têm acesso aos ciberespaço”. (p. 235)
Embora a tecnologia seja um elemento importante para o crescimento e desenvolvimento social, já que combina conhecimento, técnica e conceito, a Internet – tecnologia mais recente, criada para facilitar, se bem usada, a vida da sociedade – caracteriza-se também como um condicionante forte da desigualdade social.
Durante a década passada, muitas organizações internacionais viram nesta nova tecnologia uma forma de apoiar o desenvolvimento dos países pobres, o que lhes levou a investirem milhões de dólares americanos em equipamentos informáticos na África. A idéia era prover os países pobres – médicos, agricultores, professores e outros profissionais – com e-mails e acesso às últimas informações sobre as suas áreas de especialidades a fim de manterem um contato rápido com seus colegas de outras latitudes. Mas até hoje o continente africano, o mais pobre do mundo, assim como outros países subdesenvolvidos, muito poucos benefícios viu desses projetos. (p.236)
Apesar do seu crescimento, a Internet, é ainda de domínio da elite. É importante lembrar que, embora sejam serviços básicos, a eletricidade e a linha telefônica – que agregados ao computador permitem o acesso à Internet – não estão disponíveis para toda a população mundial. Por exemplo, na África, o continente menos desenvolvido do mundo, onde 70% da população é rural, o acesso à linha telefônica é inexistente. “Existem pouco menos de 20 milhões de linhas telefônicas em todo o continente e quase todas essas linhas