A internet como mídia de alienação?
Os tecnofóbicos dirão que sim.
Os tecnotimistas, que não.
Mas ambos têm razão, pois qualquer mídia, como a vida, é um espaço de relação, que se estabelece a cada dia.
Tanto pode, quanto não pode, depende.
Por si só, não depende da mídia em si, mas do auto-conhecimento de cada um e da relação que estabelece com o lado exterior.
Podemos nos alienar de nós, dos outros, do mundo, hoje.
E nos conscientizar, de novo, amanhã.
É um ciclo.
Não existe o conscientizado nem o alienado, mas um pêndulo.
Claro, que a prática da conscientização, cria um passado conscientizador, ferramentas e mecanismos, que nos impedem de cair na casca de banana da alienação, mas a casca está sempre lá, pedindo pisada, dentro de nós.
Podemos ver televisão, ou ler romances, um fim de semana inteiro. sol brilha lá fora.
Independe da mídia.
Cada meio, assim, tem o seu quê de alienante, basta o usuário estar mordido pela compulsão.
E querer transformar alhos em bugalhos.
O que pode ser remédio em veneno, ou vice-versa, como dizia Lévy.
Hoje, vejo muita gente defendendo o uso da Internet de forma tão radical, tão compulsiva.
Twittando que nem um animal no cio, deixando a ansiedade levá-lo para passear e não levando-a para fazer xixi.
Tá tudo dominado!
Ou seja, nem o rádio, nem a tevê, os livros, ou a web são alienantes ou conscientizadoras, depende do uso que fazemos dela.
E aí depende da sabedoria de cada um de se auto-conhecer, principalmente, nos proteger daqueles gatilhos que nos despertam a vontade de ligar o piloto automático e sair por aí como