A insustentabilidade cética perante a filosofia Wittgensteiniana

A insustentabilidade cética perante a filosofia Wittgensteiniana
André Rösler1
Este trabalho objetiva evidenciar o problema que decorre da sustentação da filosofia empíricas de George Edward Moore em objeção ao ceticismo, bem como também apresentar a insustentabilidade do ceticismo frente à filosofia de Ludwig Wittgenstein
Em seu artigo “Uma defesa do senso comum” publicado em 1925, George Edward Moore afirma que as proposições pertencentes ao senso comum não podem ser provadas ou refutadas. Sendo então necessário ater-se a elas para chegar ao conhecimento, já que muitas destas podem ser tomadas como verdade.
Moore compreende que os objetos apreendidos pelo senso comum não são inferidos, e por serem objetos de percepção, o mundo seria quase sempre aquilo que dele podemos perceber:
For example, there is no good reason to suppose that there is any mental fact whatever, such that the fact that that mantelpiece is at present nearer to my body than that bookcase could not have been a fact, unless the mental fact in question had also been a fact; and, similarly, in all the other three cases. (Moore, 1925, P. 50)
Ao assumir esse ponto vista, Moore crê que pode sanar o problema do ceticismo com proposições do tipo “Eu sei que tenho mãos”. Porem esse tipo de proposição não garante o conhecimento e consequentemente não consegue resolver o paradoxo de Moore. Na medida em que alguém lhe pede provas da verdade da proposição “sei que tenho duas mãos” (petição de principio), não haverá como fornecer todas as evidências sólidas e disponíveis para a mesma.
Diante deste dilema filosófico, Wittgenstein vai opor-se a Moore no que diz respeito a esse tipo de proposição. Segundo ele, quando Moore faz o uso de proposições do tipo “eu sei que p” está fazendo apenas um Insight2 lógico, portanto essas proposições de senso comum que Moore diz serem provas para esses truísmos, são na verdade apenas sentenças lógicas que fazem parte da vida de todos os seres humanos, sendo