A importância do estudo sobre o mundo do trabalho no serviço social.
Claudia Mazzei Nogueira Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP-BS Ricardo Lara Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.
As polêmicas sobre o mundo do trabalho intensificaram nas ciências sociais e humanas no final da década de 1970, principalmente após o lançamento do livro – Adeus ao proletariado – de André Gorz. Em linhas gerais, podemos dizer que o autor defendeu a idéia central de que estávamos vivendo o fim da sociedade do trabalho e que o proletariado não teria mais a importância política no processo revolucionário em razão do desenvolvimento das novas tecnologias. O “novo sujeito revolucionário” seria produzido pela própria crise do capitalismo e pela dissolução da “antiga” classe trabalhadora, sob o efeito das novas técnicas produtivas e das relações sociais de produção capitalistas. Nos anos 1980, o debate sobre o trabalho ganhou novo destaque com Clauss Offe. O autor considerava que o trabalho deixou de ser a categoria fundante da sociabilidade, como Marx se referiu ao compreender o trabalho como condição ineliminável da relação entre homem e natureza e, simultaneamente, da produção e reprodução da vida social. No Brasil, inúmeros estudos surgiram sobre o mundo do trabalho. Destacamos as obras – Adeus ao Trabalho? e Sentidos do Trabalho – de Ricardo Antunes, que abordam a centralidade do trabalho no conjunto das transformações societárias no final do século XX. O autor afirma que a partir de 1970 emerge o momento mais crítico na história do mundo do trabalho, com uma dupla crise: uma que atingiu a materialidade, a objetividade da classe trabalhadora, acarretando metamorfoses agudas no processo de trabalho, e a outra como resultante e simultânea da primeira que alcançou o plano da subjetividade do trabalho. Para o autor a primeira crise que atingiu a materialidade do trabalho ocorreu principalmente com o avanço tecnológico, a revolução técnica da segunda metade do século