A importância da filosofia no ensino médio e como aplicar na empresa.
Capitulo 1
Filosofia clinica: um instrumental que pode ser útil em sala de aula
O que faz a filosofia clinica?
Quando falo que sou filósofa clinica observo o espanto das pessoas: o que é isso? Eu nunca ouvi falar! Então, a forma mais breve que encontrei para explicar é dizer que a filosofia clinica é uma psicoterapia fundamentada, inteiramente, na filosofia acadêmica. O filósofo é aquele que busca, constantemente, aproximar-se da verdade, mas tem consciência da parcialidade que sua condição lhe impõe, e por isso, consciência de que seu trabalho será uma busca sem fim, estará em constante movimento.
Na filosofia clinica não há esse objetivo, uma vez que não existem conceitos de normalidade aceitos como verdade. Estabelecer um modelo de normalidade, com validade universal, seria o equivalente a assumir uma postura dogmática, cristalizada, e, por isso, antifilosófica. Modos de ser que variam de cultura para cultura, de tempos em tempos. Inclusive numa mesma cultura encontramos uma imensa diversidade de modos de ser e de agir. Por isso, em filosofia clinica, trabalhamos com verdade subjetiva, aliada á verdade por correspondência sem fazermos a critica “escolha”.
Esses questionamentos não são aleatórios, nem há um padrão do que se deva questionar sempre. Nesse sentido, a filosofia clinica difere-se também das experiências de consultoria filosófica e filosofia, por isso consideramos nosso trabalho filosofia, porque ele consiste em compartilhar a vida e as questões da pessoa, pensar junto; por em duvida as verdades a fim de aproximá-la daquilo que, para ela, venha ser a opção por um caminho.
Não é possível ser totalmente neutro, não fazer nenhuma interpretação. O que procuramos fazer em nosso trabalho é suspender, momentaneamente, nossas “verdades”, tendo a consciência de que essas podem não ser “as verdades” escolhidas pelo outro, essa atitude resultado num incomensurável respeito ao outro, as suas escolhas seu modo de ser.
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