Filosofia da Educação
Refletir sobre as dificuldades de implantação da filosofia no currículo escolar. “A pergunta que se impõe é esta: o que vamos então estudar e ensinar aos nossos estudantes? Se a Filosofia não tem conteúdos, que vamos nós fazer? É muito simples: vamos estudar e ensinar a discutir os problemas da Filosofia, começando pelos mais acessíveis e avançando para os mais difíceis.
Para uma pessoa poder discutir com pés e cabeça um problema qualquer da filosofia, tem de ter os conhecimentos relevantes (de ciência, arte, etc.), e tem de conhecer minimamente a discussão atual desse problema. Do mesmo modo que um físico ou um historiador não pode ignorar as respostas dos seus colegas aos problemas que o preocupam, também o filósofo não pode ignorar as respostas dos outros filósofos aos problemas que o preocupam. Finalmente, para uma pessoa poder discutir um problema em filosofia, tem de saber discutir problemas: tem de saber lógica formal e informal, do mesmo modo que um historiador tem de saber compreender um documento ou um físico tem de saber fazer uma experiência ou compreender uma fórmula.
Como é evidente, os problemas existem para serem resolvidos, e os filósofos oferecem as suas soluções, as suas teorias, para resolver esses problemas, tal como os físicos e os biólogos. Mas serão essas teorias boas? Temos de pensar, analisar com cuidado as diferentes teorias, verificar todos os passos em que a teoria se apoia, e ver se o problema fica realmente resolvido, ou apenas disfarçado, reaparecendo em outro lado. E o único objetivo da discussão, é fazer o estudante dizer o que pensa e defender as suas ideias — e não limitar-se a regurgitar as ideias dos outros. O estudante aprende, assim, pela prática, a fazer Filosofia, aprende a discutir ideias filosóficas, a rever as suas posições, a ter em consideração contra-argumentos e contraexemplos, aprende a ver alternativas, sente a dificuldade de defender as suas