A importancia do ato de ler
Segundo Paulo Freire (1982) a leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente, fundamentada na “palavramundo”. Posto isto o autor nos confere que os “textos”, as “palavras”, as “letras” do nosso contexto se encarnam também na rotina do dia-a-dia, em nosso mundo imediato e em contextos mais amplos, que se quer imaginamos. Paulo Freire nos relata que o chão do quintal de sua casa, foi seu quadro negro e o graveto seu giz, a participação de seus pais foi fundamental para que o conhecimento acontecesse. E enfatiza que não devemos memorizar mecanicamente a descrição do objeto, mas aprender sua significação profunda. Só aprendendo, seremos capazes de saber, por isso, de memorizar, de fixar. Assim vemos que o ato de ler para Freire (1982) é a compreensão do que se lê, a qualidade da leitura, e não quantidade. Sempre respeitando a necessidade de ler sempre e seriamente. Para destacar a clareza de sua obra, o autor reafirma que sempre viu a alfabetização de adultos como um ato político e um ato de conhecimento, por isso mesmo, como um ato criador, tendo no alfabetizando seu sujeito. A alfabetização é a criação ou a montagem da expressão escrita da expressão oral. Esta montagem não pode ser feita pelo educador para ou sobre o alfabetizando. Aí tem ele um momento de sua tarefa criadora. Deste modo, revela a importância das palavras no processo de alfabetização, que deveriam vir carregadas de significação de experiências existenciais do educando e não da experiência do educador, retornando a eles, (educandos) inseridas como representações de sua realidade, possibilitando uma “leitura da “leitura” anterior do mundo, antes da leitura palavra.
Alfabetização de adultos e bibliotecas populares – uma introdução
Para Paulo Freire (1982) falar de