A importancia da midia
José Carlos Veronezzi
Se hoje há um consenso que planejar, comprar, executar, pensar e fazer mídia é uma função muito importante, que requer profissionais especializados e preparados devido à complexidade e grande variedade de meios e veículos — e suas muitas formas de serem utilizados —, antigamente, o mercado dependia ainda mais das verbas de veiculação.
Lá pelos anos 30 e 40, com a J.W. Thompson e McCann, e depois com agências brasileiras mais bem estruturadas para fazer frente às americanas, é que se iniciou o desenvolvimento do mercado. Naquela época, a criação e o conteúdo da publicidade tinham qualidades equivalentes ao sentido pejorativo do termo reclame. O rádio era o meio básico e os melhores jingles não eram feitos por publicitários, e sim por autores consagrados na música. E quando a TV começou a ter publicidade regular, os comerciais ao vivo — o videoteipe ainda não tinha sido inventado — eram criados e dirigidos por diretores das próprias emissoras.
Os Diários e Emissoras Associados, de Assis Chateaubriand, só conseguiram ser o que foram e ter veículos líderes em todos os meios que atuavam porque a atividade de mídia era muito intensa, forte, regular. Faziam-se planos anuais! Em TV, verbas muito acima do necessário eram comuns, porque ainda não haviam sido criados o "sistema GRP" e seus conceitos balizadores para deixar os esforços de veiculação dentro de níveis adequados. E era preciso arrumar muito espaço para tantos comerciais. Quem é vivo há de lembrar que quando a TV Record era líder, seus programas de maior audiência tinham intervalos com até 15 minutos, e os blocos dos programas, cerca de 10 minutos.
Proporcionalmente ao mercado, a verba de veiculação era até maior que hoje, mas não havia nenhuma técnica. Talvez por isso, ou em função disso, o planejamento de mídia era feito pelos diretores de atendimento da agência, e as grandes negociações, pelo dono. Aos abnegados funcionários do "departamento de media"