A história não acabou
O fim do século XX trouxe à tona um grande debate sobre o fim da história (teoria do filosofo Francis Fukuyama) e de uma sociedade pós ideológica, onde não se teria mais espaço para se discutir ideologias no âmbito político e econômico já que a humanidade teria chegado ao ápice da organização política e social. Porém se voltarmos um pouco no tempo e observarmos o mundo do século XX, em especial o período da guerra fria (1945-1991), o que vemos é o oposto dos dias atuais, uma grande disputa ideológica que pautava a maioria dos debates intelectuais e cotidianos. Com fim da segunda guerra mundial em 1945, marca a história do século XX sob dois aspectos fundamentais: a) a derrota militar e política do nazismo e fascismo e b) o nascimento das duas superpotências mundiais, Estados Unidos da América (EUA) e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que irão hegemonizar os cenários político, econômico e ideológico no mundo.
Thomas Hobbes disse que “a guerra consiste não só na batalha, ou no ato de lutar: mas num período de tempo em que a vontade de disputar pela batalha é suficientemente conhecida”. Partindo do ponto de vista de Hobbes, podemos dizer que o fim da segunda grande guerra mundial marca o início do que Eric Hobsbawn chamou de terceira guerra mundial (livro a Era dos Extremos, página 226), a guerra fria. Esse período que vai de 1945-1991 evidencia o acirramento definitivo de duas visões de mundo opostas, o capitalismo (representado pelos EUA) e o socialismo (representado pela URSS). O capitalismo neoliberal norte americano valoriza o empreendedorismo, o direito à propriedade privada, a meritocracia, os grandes investimentos privados (com isso a privatização de empresas públicas) e o estado mínimo; já que na concepção capitalista o estado seria um empecilho para o desenvolvimento do mercado, pois devido a livre concorrência o mercado se auto regularia promovendo assim o