A história do rádio em marília: o atentado contra a rádio dirceu
Retratar um período do rádio em Marília (SP) não é tarefa simples. A luta pelo poder político nos meios de comunicação marcou para sempre essa cidade, considerada “celeiro de grandes nomes no meio radiofônico”. Um incêndio entra para a história, uma história marcada por sua evolução, com atentados, retaliação, conflitos, assassinatos e episódios que deveriam apenas ser consultados em arquivos históricos, passaram a fazer parte da lamentável realidade do povo mariliense.
Marília sempre foi uma cidade forte politicamente, mas pela primeira vez na história dos meios de comunicação da cidade, a disputa pelo domínio da imprensa teve conseqüências tão drásticas. Um fato recente certamente marca a história da cidade: o incêndio, no dia 8 de Setembro de 2005, contra a sede da Central Marília Notícias (CMN), fato este que repercutiu na imprensa de todo o Brasil, tendo sido tema de programas de rádio e televisão e publicações especializadas em análise e crítica da mídia (os chamados observatórios de imprensa). O processo encontra-se em tramitação no Poder Judiciário e alguns dos envolvidos estão presos. A CMN detém a concessão de duas emissoras de rádio AM e FM e um jornal diário, sendo um dos maiores grupos de mídia da região. Não nos cabe, nesta pesquisa, buscar indícios de culpabilidade ou motivação do incêndio, nem é este seu objetivo. Estamos nos propondo a reportar esse momento histórico, sem avaliações subjetivas, utilizando como ferramenta a técnica da entrevista e pesquisa jornalística, ouvindo funcionários e diretores da empresa, advogados e documentos disponíveis no site da empresa e no inquérito que apura o caso. Esperamos assim poder contribuir para o registro histórico desse momento e que, futuramente, possa ser referência para novos estudos, ou até mesmo um projeto de mestrado. O Capítulo I aborda a história do rádio no Brasil, com ênfase nas relações entre poder político e concessionárias do