Administração
Por Décio Pizzato
29 de June de 2009
Neste dia 1º de julho completa-se quinze anos da implantação do Plano Real, a melhor vitória sobre a inflação. O século passado, em sua segunda metade, esteve repleto de ações frustradas no combate a inflação, tanto que esta se tornou endêmica. As primeiras tentativas foram através de controle dos preços, quando foi criada a Comissão de Fiscalização do Abastecimento e Preços - COFAP, mais tarde substituída pela Superintendência Nacional do Abastecimento – SUNAB. Eram instituições que visavam à fiscalização dos abusos praticados ao consumidor. No período militar, a essa se acrescentou a CIP – Comissão Interministerial de Preços, buscando coibir práticas de elevação de preços nas indústrias, que poderiam se refletir em inflação.
Foi entre 1986 e 1991 que o país foi transformado em laboratório de experiência para planos político-econômicos de combate à inflação, mais voltados para espetáculos de mágica do que para resultados concretos. O Governo Sarney, foi pródigo em criar esses, o primeiro dele foi o Plano Cruzado baseado na troca de moeda e em congelamento de preços. O resultado foi o desabastecimento e a criação de mercados paralelos para se obter suprimentos. Plano usado eleitoralmente, seguido pelo Plano Cruzado II, que desfez tudo o que havia sido implantado no anterior. Veio a seguir o Plano Bresser, de curtíssima duração. O Governo Sarney fez mais uma tentativa com o Plano Verão, com os mesmos resultados.
O governo que se seguiu criou os Planos Collor I e II, sendo o primeiro a loucura do confisco da poupança dos investidores. Foram planos de choque heterodoxos, que acabaram descumprindo as relações contratuais até então existentes. O que melhor exemplifica a malvadeza dos planos do Governo Collor, foi o expurgo da correção monetária sobre depósitos do FGTS. Era mais uma vez a classe trabalhadora pagando um altíssimo preço por planos sem consistência e copiados de outros países.