A História da Riqueza do Homem 4 5 e 6
Surgem novas idéias
A MAIORIA dos negócios é hoje realizada com dinheiro em- prestado, sobre o qual pagam juros. Se a United States Steel
Company quiser comprar outra empresa de aço que lhe estiver
fazendo concorrência, provavelmente tomará emprestado o di- nheiro. Poderá conseguir isso emitindo ações que são simples- mente promessa de devolver, com juros, qualquer soma de di- nheiro que o comprador de ações empreste. Quando o dono da
loja da esquina pretende adquirir coisas novas para seu negócio,
vai ao banco tomar emprestado o dinheiro. O banco empresta
determinada importância, cobrando juros. O fazendeiro que qui- ser comprar uma terra adjacente à sua fazenda pode hipotecar
sua propriedade para conseguir o dinheiro. A hipoteca é sim- plesmente um empréstimo ao fazendeiro sob juros anuais. Esta- mos tão acostumados a esse pagamento de juros pelo dinheiro
emprestado que tendemos a considerá-lo “natural”, como coisa
que tenha existido sempre.
Mas não existiu. Houve época em que se considerava crime
grave cobrar juros pelo uso do dinheiro. No princípio da Idade
Média o empréstimo de dinheiro a. juros era proibido por uma
Potência, cuja palavra constituía lei para toda a Cristandade.
Essa potência era a Igreja. Emprestar a juros, dizia ela, era
usura, e a usura era PECADO. A palavra vai em letras maiús- culas porque assim era considerado qualquer pronunciamento
da Igreja naquela época. E um pronunciamento que ameaças- se com a danação eterna aqueles que o violavam, tinha
particular importância. Na época feudal, a influência da Igre-
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ja sobre o espírito do povo era muito maior do que hoje. Mas
não era apenas a Igreja que condenava a usura. Os governos
municipais e mais tarde os governos dos Estados baixaram leis
contra ela. Uma “lei contra a usura”, aprovada na Inglaterra di- zia: “Sendo a usura pela palavra de Deus estritamente