A história da inflaçao
No Brasil, os cálculos da inflação começaram a ser realizados em 1920, com o surgimento dos primeiros institutos de pesquisa. A conta era feita pela Fazenda Nacional e usava a metodologia da Europa — que começou a medir a alta dos preços na época dos Grandes Descobrimentos (por volta do ano de 1400). Porém, os dados não refletiam a realidade do país. Isso porque eram baseados nos gastos de apenas uma família: a de Leo Affonseca Jr., responsável pela soma dos valores dos produtos, e que pertencia à classe média alta — a minoria da população.
Em 1936, com a criação da Lei do Salário Mínimo, o cálculo de preços sofreu várias reformulações, passando a ser calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) sob a denominação de Índice de Custo de Vida (ICV) (veja os índices que medem a inflação no Brasil atualmente). Nesse período, foram criadas novas formas de se calcular a inflação, baseadas em cestas de consumo (um grupo de produtos determinados, essenciais aos brasileiros, cuja variação dos preços eram acompanhadas mês a mês).
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a economia brasileira se mostrava estável, com uma taxa de inflação em torno de 3% ao ano (Saiba mais). Porém, com a fase da industrialização, nos anos 60, os índices de preços subiram. As greves e o movimento de resistência à ditadura militar da época geraram um ambiente anárquico, elevando a inflação para até 90% ao ano.
Nos anos 70, durante o regime militar, a inflação ainda mostrava sinais de alta, mas as taxas não eram mais divulgadas. Os dados do período são considerados duvidosos, já que alguns órgãos oficiais teriam sido forçados a manipular os números para baixá-los.
O caso mais grave de manipulação foi o do período 1973-74, quando em pleno auge da ditadura do militar Garrastazu Médici a inflação começou a cair. O então ministro Mário Henrique Simonesen reconheceu ter manipulado os dados em um relatório divulgado em 1978. No documento, ele explicou