A gênesis da geografia
O marco inicial da Geografia Moderna é dado pela publicação das obras de Humboldt e Ritter, que criam o arcabouço necessário a sistematização desta ciência, de acordo com as perspectivas metodológicas e filosóficas desses autores. É de fundamental importância conhecer, também, os pressupostos históricos desta ciência, os pressupostos filosóficos e os porquês de sua gênese cientifica e sistemática na Alemanha. As condições necessárias para a gestação desta ciência “foram geradas no longo processo de transição do Feudalismo para o capitalismo, processo esses que implicou o estabelecimento de uma história universal” (p. 16). O modo de produção capitalista é, por essência, um ampliador de horizontes espaciais, desde os primórdios de seu florescimento. Um pressuposto histórico ou cronológico da geografia, e também corológico, é o conhecimento efetivo de todo o planeta que começa a se desenvolver a partir da ampliação do horizonte ecúmeno europeu, subsidiado pelas grandes navegações. Se o saber geográfico é cognoscibilidade espacial, a geografia enquanto “consciência de mundo” expande seu horizonte de aspiração a partir de tal fenômeno histórico; é de se destacar o avanço cartográfico desta época, o conhecimento de “novas naturezas” e de novos povos, fundamentado num processo de desenvolvimento cada vez mais cientifico e prospector de territórios, criador de colônias. “Com o progresso da exploração colonial, o levantamento de informações das particularidades encontradas vai sendo executado de forma cada vez mais criteriosa e detalhada” (p. 18); com isso há o acúmulo de informações necessárias à comparação entre áreas, pois a empiricidade leva ao reconhecimento da diversidade espacial, apesar da emergente unidade do espaço; nas palavras de Moraes:
“dois condicionantes articulavam a questão basilar desta disciplina: a busca de uma relação teórica