A guerra dos cem anos

A Guerra dos Cem Anos Expressão pela qual ficou conhecida a série de conflitos armados ocorridos entre 1337 e 1453, envolvendo França e Inglaterra. Tudo começou com o casamento do rei Henrique II da Inglaterra com Leonor da Aquitânia, região sudoeste da França. Por causa dessa união, o rei inglês tornou-se vassalo do rei da França, ou seja, devia-lhe obediência e fidelidade. A partir daí, as relações entre as duas monarquias estremeceram. Entre outros fatores, pode-se dizer que o ápice da discórdia passou a girar em torno de Flandres, badalado e disputado entreposto comercial da época, situado a nordeste da França. Para complicar ainda mais, a região era um importante centro produtor de tecido, que consumia boa parte da lã fabricada na Inglaterra. Provavelmente, tanto dinheiro em jogo já bastaria para colocar franceses e ingleses em guerra, mas a história não parou por aí. Em 1322, o conde de Nevers, regente de Flandres, resolveu prestar juramento e obediência ao seu suserano Filipe de Valois, que acabara de herdar o trono francês com a morte de Carlos IV, último filho de Felipe, o Belo. Ameaçado pela hegemonia da França na rica Flandres, o rei inglês, Eduardo III, neto de Felipe, o Belo, reivindicou o trono francês. Tanto Felipe de Valois quanto Eduardo III tinham os mesmos direitos e, claro, nenhum dos dois queria ceder. A França logo se apegou a interpretação rigorosa da Lei Sálica, código civil datado do século V, já em desuso, mas que vetava as mulheres o direito sucessório. Na prática, de acordo com a lei, as mulheres não podiam herdar nenhum tipo de propriedade, que deveria ser transmitida diretamente para os membros masculinos da família. Eduardo III tinha direito ao trono francês apenas pelo lado materno. Aproveitando-se disso, em 1337 Felipe de Valois atacou os domínios ingleses, dando início ao conflito que duraria, na verdade, 116 anos. Depois de inúmeras batalhas, os ingleses exibiam