A grávida de taubaté
Jonathas Carvalho Batista
De todas as “Marias” que existiam como “pseudo-vida” no ventre da também Maria, só que Verônica, revelou-se de fato, somente “vento”.
Nada de marias, nada de gravidez, nada de fama; nem de verdade.
A clara ilusão da farsa na enorme e bizarra barriga que transitava como celebridade em Taubaté, dizia mais do que aparentava dizer.
A necessidade dos furos(no plural) jornalísticos em detrimento de qualquer necessidade investigativa, por si só já se justificaram.
A notícia da gravidez gigante ganha tanto espaço quanto a revelação da farsa e a satanização das novas celebridades envolvidas no caso. Dois furos, duas notícias, dois coelhos numa só cajadada.
A sede popular de “invasão do próximo” alimentada até então, exclusivamente pela “banda B” da imprensa, agora toma espaço nos principais e elitizados noticiários matinais também sedentos de audiência e fama.
Desde os tempos do saci Pererê e do Curupira, passando pelo bebê diabo e loira do banheiro, a indústria da notícia fantástica sempre conviveu muito bem com verdades e fatos reais, sem que sua mágica se perdesse ou que seus atores precisassem se materializar para o devido castigo pelo seu “perjuro”.
Porém agora, a platéia quer sangue.
Não importa mais as extensões do real ou as consequências do fato ou do ato. A platéia continua querendo sangue.
Da grávida, do criminoso, do marido, do político, do banqueiro; é a guerra de todos contra todos.
Que doença ou patologia habita na Maria que se dividiu em quatro outras marias para dar conta de si mesma?
Que dor ou angústia pôde ser tão profunda que só achou espaço em quatro outras versões de gente, um marido vasectomizado e um punhado de panos.
A fragilidade da Maria, que peculiar, tornou-se a ilusão de todos nós.
No entanto, o preço do enredo, ficará na conta da angustiada Maria.
Amanhã acordamos com mais outra, quer seja um novo filho do astro do futebol ou a estória de Maria.
“ Pare o