A gente não quer só comida.
René Descartes tornou-se famoso pela frase "Cogito Ergo Sum" (penso logo existo), pilar fundamental da filosofia racionalista, e que veio a influenciar uma corrente de filósofos idealistas posteriores a ele. No que se refere à relação entre corpo e alma, tal autor a aborda em uma perspectiva idealista e dualista. Isto implica em dizer que para Descartes, há uma total separação entre alma e corpo no que se refere à sua natureza. Descartes compara a ação da alma à de um mecânico que opera múltiplas engrenagens de um relógio (em analogia ao corpo). No que se referem à localização da alma, em Tratado das Paixões, Descartes afirma que a alma tem sua sede na glândula pineal (localizada na base do crânio) e de lá irradia para o corpo os seus desejos. O cérebro neste caso funcionaria como mero elemento mediador entre corpo e alma. Descartes parte do princípio que a alma se junta ao corpo no momento do nascimento do indivíduo, persistindo esta ligação até a morte. Pensar como Descartes nos leva a uma perspectiva na qual tendemos a considerar como de natureza inferior os sentidos, paixões, devaneios sensações corpóreas, pois para Descartes, os sentidos podem enganar, mas a alma, jamais engana, já que participa da natureza divina.
E para Descartes, o sentido fundamental da alma para se orientar no mundo concreto é a razão (em o Discurso do Método o autor trata especificamente de sua ideia de racionalidade). Devido a isto a sua filosofia ficou conhecida como racionalista. Com isto, podemos mais uma vez perceber que tal tema é objeto de abordagem de vários filósofos, sendo muito mais comum sua recorrência na história da filosofia do que poderiam supor alguns leitores. Até o momento foram mostradas quatro abordagens sobre o tema, e ao longo desta série, outras ainda o serão. Agradeço profundamente aos que visitam estes resumos em busca de novas ideias ou de uma nova abordagem sobre este conhecimento filosófico.
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