A gazeta e o início do jornalismo em portugal
Nascimento do Jornalismo Português na Restauração
Considerou-se, até certa altura, que o Jornalismo em Portugal teve inicio com as duas “Relações” de Manuel Severim de Faria.
A primeira dessas “Relações” foi considerada o primeiro jornal português, e chamava-se “Relação Universal do Que Sucedeu em Portugal e Mais Províncias do Ocidente e Oriente”. Tratava-se de um relatório com a duração de um ano (de Março de 1625 a todo o mês de Setembro de 1626), tinha trinta e duas páginas, foi editada em Lisboa no ano de 1626 e reeditada um ano depois na cidade de Braga. A segunda “Relação” de Manuel Severim tinha o nome de “Relação do Que Sucedeu em Portugal e Nas Mais Províncias do Ocidente e Oriente”, também com a duração de um ano (de Março de 1626 até Agosto de 1627), tinha apenas dezoito páginas, foi editada em Évora no ano de 1628.
No entanto, e segundo Manuel Tengarrinha, faltava a estas “Relações” de Manuel Severim dois elementos fundamentais para serem consideradas Jornalismo, ou seja, a periodicidade e a continuidade.
Por este motivo, alguns autores preferem dizer que o Jornalismo em Portugal apenas teve inicio verdadeiramente na época da Restauração, mais concretamente no mês de Novembro de 1641, com a publicação em Lisboa da “Gazeta da Restauração”. Esta Gazeta foi inspirada pela “La Gazette de France”, um semanário de França criado no ano de 1631, dez anos antes da “Gazeta da Restauração” no nosso País.
Devido à irregularidade das “Relações” de Manuel Severim, elas já não satisfaziam as necessidades dos portugueses, que queriam cada vez mais ter maior conhecimento sobre os acontecimentos de Portugal. E ao contrário das “Relações”, a Gazeta tinha periodicidade (era mensal), actualidade e continuidade. Foi assim considerada o primeiro periódico português, podendo afirmar-se a partir daqui que o Jornalismo nasceu verdadeiramente em Portugal.
No final da Guerra dos Trinta Anos (de 1618 a 1648), a Gazeta tornou-se