A função materna e o desenvolvimento infantil
Disponível em:
. Acesso 24/03/2013
A função materna e o desenvolvimento infantil
Grasiela Maria Cecatto
Introdução
Este artigo visa fazer uma breve revisão teórica acerca do conceito de função materna e o desenvolvimento infantil, de acordo com diversos autores da escola Psicanalítica.
A função materna é essencial para a organização psíquica do infante e sua constituição como sujeito. Pode-se dizer que é a partir da organização psicológica desenvolvida do relacionamento com a mãe ou com a sua cuidadora que a criança conquista a capacidade de se relacionar com o resto do mundo dos objetos humanos (Coppolillo, 1990).
Durante os anos iniciais do desenvolvimento psíquico, a questão do meio ambiente se resume praticamente à situação de relacionamento entre mãe e filho. Entretanto, não são os aspectos mais formais e visíveis da relação entre os dois os que adquirem importância para a criança, mas sim aquilo que se passa na intimidade dos dois e que se traduz em vivências afetivas significativas (Gorayeb, 1985).
Para Klein (1997), a vida mental da criança é influenciada por emoções primitivas e fantasias inconscientes. O recém-nascido experimenta uma ansiedade de natureza persecutória e sente, de forma inconsciente, como se todos os desconfortos lhe fossem infligidos por forças hostis, o que desencadeia uma ansiedade da qual o ego precisa se livrar, e para isso, projetar. No entanto, se em breve lhe for proporcionado conforto, isto é, quando predominarem os impulsos amorosos, isso originará emoções mais satisfatórias, representando um apoio contra a ansiedade. O bebê deseja receber da mãe não apenas alimento, mas também seu amor e compreensão, que se expressa através dos cuidados da mãe para com seu bebê.
Winnicott (1983), ao falar da mãe suficientemente boa, designou o termo holding que corresponde ao amparo e à manutenção da criança, não somente física, mas também