A Fraude do Leite e Aditivos para Radiadores
“Em qualquer segmento e em qualquer etapa da produção existem pessoas que estão, de alguma forma, ajustando o leite, adicionando substâncias para lucrar. Praticamente todas as bacias do estado sofrem adulteração”, alerta o promotor da Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre, Mauro Rockenbach, responsável pela Operação Leite Compensado.
Segundo Rockenbach, o efeito da condenação não está resolvendo o problema. "Temos punição de 18,5 anos a um transportador, e eles não se intimidam. Alguma coisa tem de ser feita. Se a ganância continua imperando, é o mercado que está sendo receptivo, acolhendo a fraude. Temos de mexer mais ainda nesse fenômeno, provocar uma reação”, salienta.
Além do formol, presente na ureia, e da água, o Ministério Público flagrou ainda o uso de peróxido de hidrogênio - composto conhecido popularmente por água oxigenada -, açúcar, sal e até mesmo soda cáustica, substância altamente corrosiva. “Tudo para mascarar, recompor o leite velho. A ureia recompõe a perda nutricional do leite adulterado com água. O peróxido de hidrogênio é usado como agente bactericida, na função de conservante. A soda, como é um composto alcalino, é utilizada para baixar a acidez do leite vencido”, explica o promotor.
Com tantas evidências do esquema, que afeta o leite crú e praticamente todos seus derivados, exceto o leite em pó, o MP está preparando a quinta fase da Operação Leite Compensado. O objetivo, depois da ofensiva, é chamar as partes envolvidas por um basta na fraude, a única maneira, conforme Rockenbach, de tentar solucionar o caso.
O promotor prefere não trabalhar com prazos para eliminar a fraude que, segundo ele, está “enraizada” no setor. “É uma cultura de muitos