A fotografia como arte contemporânea
Editora WMF Martins Fontes. 1ª Edição – 2010
A FOTOGRAFIA COMO ARTE CONTEMPORÂNEA
Charlotte Cotton é uma curadora britânica. Em seu livro “A fotografia como Arte Contemporânea”, mostra como a fotografia vem se tornando objeto central no cenário artístico contemporâneo.
A fotografia vem ocupando seu lugar no espaço da arte desde o final do século XX, e principalmente nesta primeira década do século XXI, seja ela produzida por fotógrafos que frequentam esses espaços ou artistas que usam a fotografia como meio e/ou linguagem para tornar suas ideias, pensamentos e experimentos como imagem visual.
Charlotte Cotton agrega artistas fotógrafos e suas produções com finalidade de demonstrar o que motiva a produção artística e como ela ocorre. Neste cenário, cabe destacar a presença do corpo humano vivo como objeto que compõe a cena integrada ao cenário produzido para ser fotografado, em contraposição às produções em que fica evidente a ausência do corpo humano em ambientes interiores ou exteriores que refletem a ocupação humana. A autora elabora seu texto numa junção de interpretações pessoais, descrições narrativas de imagens, análises que vão desde a composição formal até a subjetividade do pensamento do artista transformado para a forma coreografada por este e encenada pelos corpos que são fotografados. No capítulo 1, “Se isso é arte”, Cotton percorre um caminho oscilando entre fotografias e fotógrafos contemporâneos e produções artísticas do início do século XX, fotográficas ou não, como no caso de Marcel Duchamp, com Fonte, de 1917, em que o objeto em si apresentado por Duchamp é de natureza tridimensional; no entanto, a resultante da imagem fotográfica da obra original ainda repercute no cenário artístico até a atualidade.
O corpo humano tem sido suporte para inscrever significados culturais e políticos e ainda permite a construção poética do artista, como é o caso de um dos grupos artísticos