A Formação Da Cidade, Ferreira Andrade e Beatriz de Almeida Magalhães
“A preponderância da iniciativa do Estado, para alem da criação da Capital, nas intervenções urbanas importantes, boas ou más; e a vertigem do novo com a negação do passado, verificável na desproporção entre o numero de modificações e o tempo decorrido desde o momento inicial da cidade, a despeito de ter sido planejada.”
A cidade de Belo Horizonte foi criada com um único propósito, o de abrigar a sede administrativa, ou seja, ser “a nova Capital” do país que anteriormente fora abrigado no estado do Rio de Janeiro. Essa mudança aconteceu pelo fato do Rio de Janeiro não possuir as qualidades próprias de uma capital. Surgindo assim o desejo, mais pra frente concretizado, de mudança para uma “região central” do país.
Em 15 de julho de 1891, o projeto de mudança é feito. “A mudança da sede do governo, (...) torna-se, com a República, possível e necessária para a obtenção de um novo equilíbrio de forças.” Na época, o presidente do Estado, Afonso Pena convida Aarão Reis, engenheiro civil e positivista, para dirigir os trabalhos de estudo das localidades. “No desenho da Área Urbana, cuja intenção inequívoca é a de ordenamento e simetria, sobrepõe à malha ortogonal das ruas uma de avenidas inclinada em 45º com relação à primeira. O aspecto mais notável do desenho, além do equilíbrio das malhas distribuídas uniformemente pelo terreno, é um forte sentido de hierarquia, com o Parque em posição de privilegio e em função do qual se organizam os demais elementos do projeto. A distribuição das funções urbanas em relação à Avenida Afonso Pena realça essa leitura, com os serviços comuns, tais como a estação, comércio e oficinas, locados de um lado dela, em área mais baixa, próxima ao ribeirão e os mais nobres, como os Três Poderes do Estado, a