A Forma O Do Estado Na Mesopot Mia
No Crescente Fértil, floresceu, no mesmo período da implantação e desenvolvimento do Império egípcio, outra “civilização hidráulica”; a mesopotâmia. O termo Mesopotâmia significa “região entre rios”, pois está situada entre os rios Tigre e Eufrates, onde predominavam condições semelhantes às do Egito, pois os dois cursos fluviais propiciavam o desenvolvimento da agropecuária, além de facilitar o transporte de gêneros e a pesca. Em termos geográficos, a área é dividida em Alta Mesopotâmia, que compreende as regiões montanhosas do norte, e a Média e Baixa Mesopotâmia, centro e sul do vale entre o Eufrates e o Tigre. Deve-se ressaltar que enquanto o Egito, protegido pela imensidão e aridez do deserto do Saara, pôde, por séculos, manter um relativo isolamento e, dessa forma, evitar invasões estrangeiras, a Mesopotâmia, território de passagem entre o Mediterrâneo e a Ásia, foi vítima de inúmeras e prolongadas invasões.
Na realidade, a Mesopotâmia foi berço de um processo civilizatório em “camadas”: de início sumérios, depois os acádios, babilônios, assírios e neobabilônios. No Egito, o processo político evoluiu do nomos para a instituição imperial, macro estrutura estatal personificada e encabeçada pelo faraó. Na Mesopotâmia, a unidade política fundamental foi a cidade-estado. Em suma, se no Egito o poder político e a cidadania compreendiam grandes extensões, abrangendo os nomos, aldeias, cidades e um Estado soberano sobre grandes áreas, na Mesopotâmia, a identidade sócio-política era dada pela cidade à qual os indivíduos pertenciam.
Por volta de 10.000 a.C., começaram a ser implantados núcleos urbanos na região, em função de um rápido desenvolvimento de sistemas hidráulicos com os propósitos de evitar inundações, drenar solos pantanosos e armazenar água para os períodos de seca, freqüentes na área. Já por volta de 4.000 a.C., a Mesopotâmia sediou a importante cidade de Uruk, fundada para a proteção militar e controle político da