A Filosofia e o Direito
A Filosofia já foi interpretada como a ‘amizade com a sabedoria’. No entanto, quase 2500 anos de sua fundação, fica a pergunta: como saber se uma sabedoria é sábia?
Cada época, povo, cultura e, sobretudo, cada religião, considera sua visão do mundo como a correta, mesmo existindo tantas divergências. Percebe-se hoje que a forma de pensar de uma pessoa está, em muito, condicionada ao lugar e época em que nasceu. Se tivéssemos nascido na Índia, pensaríamos como pensamos hoje? Se um hindu nascer e for educado no Brasil, aos 18 anos pensará como um nativo do país de seus antepassados? A lógica é, de fato, lógica? As ideias que temos são realmente claras para os outros? Aceitaríamos dialogar com um brâmane hindu, em busca de respostas, ou seria um diálogo entre surdos? E ele, estaria disposto a aprender conosco?
No final, duas pessoas sábias, convictas de suas verdades. Voltamos à pergunta inicial: como julgar se a verdade que carregamos é, de fato, verdadeira?
Ao longo da vida, mudamos de opiniões. Vez que antes destas mudanças tínhamos tanta convicção, em que momento deixamos de estar certos, antes ou depois da mudança? É possível mudar de opinião, naquilo que hoje consideramos como ‘verdades absolutas’?
O Direito é direito? A justiça brasileira é justa? O que é o Direito e o que é a justiça? O que é um Estado Democrático, se todos somos submetidos às leis e sanções do Estado? O fato de que as leis são criadas por um processo constitucional garante que estas leis sejam cidadãs? A comissão que julga uma lei como constitucional ou não está livre de ser influenciada por interesses corporativistas? Diante da imagem pública que tem imperado no País sobre os parlamentares do Congresso Nacional, o que dizer das leis por eles criadas?
O universo humano está assentado em conceitos, ideias, imagens teóricas. Estas ideias, no entanto, possuem poder para 'matar' ou para 'deixar viver'. Daí a necessidade de perguntar: como saber se tais conceitos