o milagre
Os técnicos tomaram conta da economia do Brasil. Muitos haviam se formado pela Escola Superior de Guerra, que desde os anos 50 vinha se preocupando em discutir a realidade brasileira e formar profissionais capazes de planejar e apresentar soluções para os problemas brasileiros. Crescia também a força dos cursos universitários. Os salários daqueles que possuíam curso superior eram bem melhores e todos alimentavam o sonho da universidade, principalmente entre a classe média.
O setor estatal foi fortalecido e crescia, baseado na facilidade dos empréstimos externos. Nesse momento, as empresas estatais tinham como meta tornasse lucrativa. O capital estrangeiro aumentou enormemente o seu investimento, com a instalação das multinacionais. E os juros da dívida externa estavam lá embaixo.
A rede de rodovias aumentou. Grandes projetos de hidrelétricas e a ocupação da Amazônia tornaram-se prioridades do governo. Surgiram supermercados e shopping centers. Tudo parecia confirmar a frase "Ninguém segura este país", divulgado pelo governo e repetido por todos que viam seu padrão de vida melhorar.
Entre 1970 e 1973, o rápido crescimento das exportações brasileiras conseguiu equilibrar a balança comercial, aumentando as exportações em 40% ao ano.
Já o processo de concentração da renda negava aquilo que os técnicos do governo costumavam afirmar, isto é, que era preciso esperar o bolo crescer para dividi-lo. O bolo cresceu, mas não foi dividido.
As bolsas de valores aumentaram seu movimento, criando uma febre de especulação e o desejo de enriquecer rapidamente. Nos bancos, vários investimentos foram oferecidos na forma de ações,