A filosofia antes de Sócrates
Finley[2] destaca, como antecedentes e influências principais da filosofia grega:
a) antecedentes egípcios e babilônicos: entre os filósofos gregos, é possível encontrar uma ideia que sugere que a origem do pensamento grego é oriental, ainda que, a rigor, as fontes existentes a esse respeito provenham de um momento posterior, o qual é correspondente aos períodos neopitagóricos e neoplatônicos.
Segundo estas vertentes, Tales, de origem fenícia, havia viajado à Ásia e aprendido junto a sacerdotes egípcios, embora isso não se encontre demonstrado e, inclusive, haja quem sustente que não é razoável falar de “ciência” oriental, já que o desenvolvimento alcançado por estes saberes era de índole técnica.
Contudo, não se pode deixar de perceber que a polis grega era uma cidade aberta a todo tipo de influências culturais, enriquecendo-se de forma previsível, assim como também é possível que seus habitantes tenham tido acesso a uma visão relativista da própria cultura, que desembocara em um pensamento racional e crítico.
b) Mythos e logos: tanto uma quanto outra expressão significa “palavra”, mas enquanto a primeira se refere a uma narração simbólica, a segunda supõe um discurso racional.
A religião grega marcou as bases para o avanço da explicação mitológica para a razão. Hesíodo assinalava que a teogonia (gênese dos deuses) foi precedida por uma cosmogonia (gêneses de elementos abstratos). O mundo surge mediante uma separação entre o céu e a terra, surgindo o amor (Eros) como força conciliadora.
Os primeiros filósofos, provavelmente, trabalharam a partir desse estado original